Recentemente a varejista americana Amazon, uma das quatro empresas mais valiosas do mundo, anunciou sua expansão no mercado brasileiro, iniciando a venda de eletrônicos no país e entrando na concorrência nacional do marketplace, termo que define a loja virtual que permite que terceiros (de marcas tradicionais a pessoas físicas) vendam produtos em sua plataforma.
Nos Estados Unidos, a empresa é vista como a grande responsável pela decadência de pequenos e médios varejistas que não encontraram meios de concorrer com a precificação inteligente, o sortimento e a tecnologia de varejo da Amazon e acabaram fechando as portas.
A verdade é que, por enquanto, mesmo com a expansão, a Amazon ainda terá uma presença pequena no Brasil. O banco de investimentos UBS estima que a Amazon tenha em torno de 500 funcionários no Brasil. Pouco se comparado com 7,7 mil funcionários da B2W, dona da Americanas.com e do Submarino. É cedo para entrar em pânico, mas não se deve, porém, ignorar a ameaça.
Diante deste cenário, no entanto, o varejista brasileiro deve perguntar-se o que ele pode aprender com o sucesso da Amazon e sobre como o varejo de outros países está competindo com esse gigante. Sabendo que os hábitos de compra dos consumidores estão mudando rapidamente, buscando uma experiência convergente e multicanal, as lojas precisam investir em estratégias inteligentes, empoderando o consumidor e colocando-o no centro da decisão.
Na França, por exemplo, a varejista de eletrônicos Fnac reagiu estrategicamente à entrada da Amazon no país, criando um programa de fidelidade. Isso permitiu focar nos seus melhores clientes, com maior frequência e gasto, além de coletar valiosos dados sobre o comportamento de compra. Essa parece ser uma alternativa inteligente para aqueles que não têm condições nem meios de investir na abordagem científica da Amazon.
Fonte: http://www.meioemensagem.com.br/home/opiniao/2017/11/07/amazonificando-o-varejo-brasileiro.html